segunda-feira, 14 de julho de 2014

Prefeitura retoma projeto de mudanças no Alecrim


Pedestres, carros, caminhões e camelôs, todos disputam algum espaço entre as ruas e lojas do bairro do Alecrim, na zona Leste. O cenário caótico visto quase diariamente num dos principais centro comerciais da cidade tem planos de mudança com reestruturação e construção do shopping popular, abrigando todos os camelôs, no ano que vem. Mas, em abril passado, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) começaria a fazer reordenamento e catalogação dos ambulantes. Porém, de acordo com a assessoria de imprensa, o censo sobre o bairro ficou para o segundo semestre deste ano e deve ser concluído até dezembro.

Segundo a secretaria, estava na programação fazer o censo do Alecrim no segundo trimestrede 2014, mas uma recomendação do Ministério Público Estadual indicou que fosse feito primeiro o reordenamento dos ambulantes da orla natalense, que estaria em situação crítica e aproveitando as obras em andamento. Já feito em Ponta Negra, agora o trabalho se concentra nas praias do Meio e do Forte, para seguir até a Redinha, onde terminará. Na sequência, o levantamento dos ambulantes – também já feito nas proximidades do Midway e na Cidade Alta – segue para o Alecrim.

Porém, para este mês, o órgão promete reformar as instalações elétricas dos camelódromos do Alecrim e do Centro da Cidade, seguindo recomendação do Corpo de Bombeiros. A adaptação é necessária devido à alta demanda de energia, além do que foi projetado. A expectativa é começar ainda esta semana.

De acordo com a Semsur, o projeto prevê a construção de um shopping popular de cinco andares, com estacionamento e capacidade para abrigar todos os camelôs do bairro, que de acordo com a Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), são em torno de 1,5 mil. O prédio seria onde hoje funciona o chamado Mercado do Fogo, na esquina da avenida Coronel Estevam (av. 9) com a avenida Presidente Quaresma (av. 1).

Enquanto durarem as obras, o órgão municipal deve montar estrutura provisória (como foi feito com os comerciantes do Mercado das Rocas) ou nas proximidades do mercado, ou em terreno do Município por trás do Mercado da av. 4.

Também cabia à Semsur revisar e apresentar adaptações necessárias ao projeto desenvolvido pela AEBA junto ao Sebrae/RN e apresentado pela primeira vez ao Município em 2009. Entre as mudanças está a retirada do anfiteatro projetado para a Praça Gentil Ferreira (Praça do Relógio), devido a projeto semelhante da Prefeitura para outra área da cidade e ao Teatro Sandoval Wanderley, já existente, mas abandonado, no Alecrim. 

Com a relocação de todos os camelôs para o shopping popular, o local do atual camelódromo deve ser transformado em uma praça com bancos e paisagismo, além de alargar a avenida Presidente Bandeira (av. 2).

A mudança no bairro também teve participação da AEBA, cujo presidente Francisco Derneval de Sá avalia que irá promover o bairro comercial. “Acredito que dessa vez o projeto vai sair. O Alecrim deve receber um pouco do tanto que vem contribuindo para Natal e o RN. A reforma também deve aumentar o fluxo de clientes”, avaliou.

O projeto inicial, segundo Derneval de Sá, promoverá a “humanização do Alecrim, transformando alguns locais que estão em desuso pela população passando a oferecer conforto e circulação, como a Praça Gentil Ferreira e as calçadas”, conta. A acessibilidade, segundo ele, se volta para ampliação da área de passagem, hoje tomada por camelôs. 

Um dos bairros mais antigos de Natal e tradicionalmente voltado à atividade comercial recebe nos dias de hoje 150 mil clientes diariamente, alcançando a marca média de 200 mil nas sextas e sábados, esse último, dia de feira do bairro. A região tem aproximadamente 6 mil lojas, desde as pequenas até as grandes magazines. Um dos fatores que mostra, segundo Derneval de Sá, que o comércio ainda é intenso no local é a abertura de uma loja da Casas Bahia e outra da Magazine Luiza, as duas principais do país, além de uma nova unidade das Lojas Americanas, que deve ser inaugurada ainda este ano.

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