sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Marina é a preferida para assumir o lugar de Eduardo

O nome de Marina Silva para substituir Eduardo Campos, falecido na última quarta-feira em um acidente de avião, na campanha para presidente da República, começa a ganhar novos e maiores contornos. Único irmão do presidente nacional do PSB, o advogado e escritor Antônio Carlos Campos escreveu uma carta defendendo o nome de Marina Silva para substituir o líder político falecido.

Para Tonca, como é conhecido o irmão de Eduardo Campos, Marina Silva é a pessoa que deve encabeçar a chapa e promover o debate no país “nesse momento difícil”. Ele disse ter convicção que essa seria o desejo do irmão falecido.

“Externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil, liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”, escreveu o irmão de Eduardo Campos.


Ele começou a carta dizendo que havia perdido não apenas o irmão, mas um líder político de talento e firmeza de propósito. “A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil”, disse Antonio Carlos Campos, lembrando a trajetória do avô Miguel Arraes, que foi preso e exilado. Ele disse que Eduardo Campos continuou o legado e trouxe uma nova era de desenvolvimento para o Estado de Pernambuco.

“Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava”, escreveu o irmão.

Antonio Carlos lembrou que o dia de falecimento do irmão foi o mesmo do avô. Enaltecendo as características do líder político Eduardo Campos, o irmão ressaltou: “O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos”.

Em tom de apelo, o irmão de Eduardo Campos pediu para as pessoas não cultivarem as cinzas, mas os ideais do candidato a presidente da República falecido e do ex-governador Miguel Arraes.  Até agora, porém, a ex-senadora Marina  Silva tem evitado se manifestar diante de qualquer provocação de natural eleitoral, em respeito à memoria  do amigo. Fontes políticas assinalam que ela só aceitará falar após o sepultamento de Eduardo Campos, em princípio marcado para domingo, em Recife.

CARTA NA ÍNTEGRA

Não vamos desistir do Brasil
A minha perda afetiva do único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, político de talento e firmeza de propósitos.

A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco. Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava.

O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: “Tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar este país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava.

Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes - IMA e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil, liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores. Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo.

Agradeço, em nome da minha família enlutada, as mensagens do povo brasileiro e de outras nacionalidades.

Antônio Campos
advogado e escritor

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